Paredes rachadas
Fico pensando às vezes, por horas a fio e imaginando uma comparação para a minha vida. Numa delas, eu a fui imaginando como uma escada, que eu subi com os meus até certo ponto, degrau por degrau, cada um deles significando os dias de nossas vidas.
Aos poucos, porém eu fui ficando só, pois cada um foi subir a sua própria escada e o último alçou vôo para outra dimensão.
Ao ficar só na escada, eu acelerei o passo e tentei chegar ao topo, mas o que encontrei foi uma porta que se abria para o nada. O susto foi tão grande que antes de cair no vácuo, eu me voltei e vim aos trambolhões degraus abaixo, como uma via dolorosa. Então eu pude entender que estava só, e tinha que tentar a subida novamente, pois estava viva e com um corpo e uma alma para cuidar. Esse corpo é a morada que Deus ofereceu para minha alma e se eu não cuidar, como viver? Não tinha mais responsabilidades para com os meus, mas as tinha em relação ao próximo.
Recomecei a subida, agora entendendo tudo de outra maneira, outra visão do futuro, sabendo que depende unicamente de mim, chegar ao meu destino, mas que em cada degrau eu posso, sem grandes pretensões, tentar levantar alguém caído, ou quem sabe, fazer um esforço para restaurar uma alma em frangalhos, ou ainda, um coração partido. Posso também, dar de beber a quem tem sede, ou ouvir alguém que precise muito falar e calada permanecer, sem comentar. Gostaria de acender uma lanterna para alguém que está perdido nos caminhos da vida, para que ele não tropece e fique mais ferido ainda. Não sei falar bonito, mas posso enquanto na subida, falar alguma coisa que faça algum desencantado encontrar os caminhos de Deus.
Não tenho companhia nessa escada, mas ao mesmo tempo, posso falar com as outras pessoas que sobem cada uma na sua própria. Cada um sobe da maneira que achar melhor e quando chegar ao topo pode ser que abra a porta e ache a sombra suave do manto de Deus, ou tenha a graça de cair, se esfacelar e poder voltar e recomeçar como eu, tentando aplicar o que aprendeu em todo o tempo da subida e com a brusca descida.
Eu pude perceber na descida que encarar paredes rachadas nos faz querer consertá-las, mas que apenas uma pintura não resolve. É preciso verificar se o alicerce está em terreno firme e reforçá-lo com o concreto puro da solidariedade, porque alicerce também é construção, já dizia um amigo, e sem ele não há segurança. Ele é a parte mais importante da obra. É preciso também refazer onde há trincas com uma argamassa bem cheia de amor e de perdão, pintando com o branco da paz, para que nele apareçam escritas as respostas novas para questões antigas e sem solução.
Espero poder ir subindo devagar a minha escada e, errando ou acertando, ir edificando e ao mesmo tempo aprendendo mais.
Fico pensando às vezes, por horas a fio e imaginando uma comparação para a minha vida. Numa delas, eu a fui imaginando como uma escada, que eu subi com os meus até certo ponto, degrau por degrau, cada um deles significando os dias de nossas vidas.
Aos poucos, porém eu fui ficando só, pois cada um foi subir a sua própria escada e o último alçou vôo para outra dimensão.
Ao ficar só na escada, eu acelerei o passo e tentei chegar ao topo, mas o que encontrei foi uma porta que se abria para o nada. O susto foi tão grande que antes de cair no vácuo, eu me voltei e vim aos trambolhões degraus abaixo, como uma via dolorosa. Então eu pude entender que estava só, e tinha que tentar a subida novamente, pois estava viva e com um corpo e uma alma para cuidar. Esse corpo é a morada que Deus ofereceu para minha alma e se eu não cuidar, como viver? Não tinha mais responsabilidades para com os meus, mas as tinha em relação ao próximo.
Recomecei a subida, agora entendendo tudo de outra maneira, outra visão do futuro, sabendo que depende unicamente de mim, chegar ao meu destino, mas que em cada degrau eu posso, sem grandes pretensões, tentar levantar alguém caído, ou quem sabe, fazer um esforço para restaurar uma alma em frangalhos, ou ainda, um coração partido. Posso também, dar de beber a quem tem sede, ou ouvir alguém que precise muito falar e calada permanecer, sem comentar. Gostaria de acender uma lanterna para alguém que está perdido nos caminhos da vida, para que ele não tropece e fique mais ferido ainda. Não sei falar bonito, mas posso enquanto na subida, falar alguma coisa que faça algum desencantado encontrar os caminhos de Deus.
Não tenho companhia nessa escada, mas ao mesmo tempo, posso falar com as outras pessoas que sobem cada uma na sua própria. Cada um sobe da maneira que achar melhor e quando chegar ao topo pode ser que abra a porta e ache a sombra suave do manto de Deus, ou tenha a graça de cair, se esfacelar e poder voltar e recomeçar como eu, tentando aplicar o que aprendeu em todo o tempo da subida e com a brusca descida.
Eu pude perceber na descida que encarar paredes rachadas nos faz querer consertá-las, mas que apenas uma pintura não resolve. É preciso verificar se o alicerce está em terreno firme e reforçá-lo com o concreto puro da solidariedade, porque alicerce também é construção, já dizia um amigo, e sem ele não há segurança. Ele é a parte mais importante da obra. É preciso também refazer onde há trincas com uma argamassa bem cheia de amor e de perdão, pintando com o branco da paz, para que nele apareçam escritas as respostas novas para questões antigas e sem solução.
Espero poder ir subindo devagar a minha escada e, errando ou acertando, ir edificando e ao mesmo tempo aprendendo mais.