Contos de um sertanejo
...Pinerá, pinerei
cuma pinêra de taquara, pinerei, e muito
arroz, feijão milho e café.
-Numa roça,onde quase tudo era permitido,andar discarso,nadar pelado no corguim,montar em pêlo no lombo dos animar.
-Vije maria!
-Condo chegava noitinha o isqueleto tava inté bambo, as marcas da labuta,dividia espaço com a fome e o leito de tabôa.
-Lambari,eh-eh-eh!
-Lambari, o meu cachorin de istimação, vinha de mansin,lambendo meus pés.
-Ah!
-Isso sim, era bãu dimais,me sintia em paiz ,mesmo com o lombo ardendo, quarado com sor do dia.
- Me sintia forte, o bichin?
- Ah o bichin, finin coitado,de tanto subi e descê os morro da roça, este sim, era um amigão.
-Lamparina acesa num cantin do rancho,iluminava a vida,lembrando mais um dia que ali, se incerra.
-Um radin de pia tocava incostado na pratilêra.
Água quente na panela, bãi de bacia, retirava o suor do dia.
- A lenha, istalava no fugão assando a broa,nas cinzas quente, uma batata doce pro café da manhã.