S O Z I N H A
Estranho me sentir tão só no lento tempo da vida
Se a minha volta todos juram me amar
Adulam-me me chamam: "querida"!
Há dias que nem falam comigo, aí eu deixo prá lá!
Ora certa, ora na trilha, ora apenas perdida
Lembro-me dos dias alegres e daqueles em que sofri
Uma outra vida passada e esta agora imprecisa
Dormi ontem a meia noite, as três me surpreendi
Chamava-me baixinho uma voz tão, mas tão conhecida
Levantei-me e abri a porta, a porta do coração
E uma voz do passado me diz:
"- Não, não foi engano, perdão!"
Sei que era eu mesma, nem ligo...
Assim, eu sigo nem solitária e tão só
Saio de manhã, a tarde e a noite desligo
Ninguém por perto, tem algo melhor?
Mas eis que uma multidão já me segue
Pergunta-me: "- aonde vais, criatura"?
Vou para aonde não sei,
Vou para um lugar, um talvez
Vou ficar só um pouquinho
Vou me fazer um carinho...