O Tempo Surge, Muge e Urge

Ouvia restos de histórias célebres

Perdia bocas sangrando batom

Havia gestos, risadas e empáfias

Havia tenros pedaços de pão

E eu me deixei dormir.

Sabia liras, todas; assoviava-as

Lia mestres de inquebráveis espelhos

Aos metros, medições delirantes

Passivos instantes, coleiras a postos

E eu me deixei descansar.

Pecado parvo, oculta mentira

O verde bojo, coberto com nojo

Havia escada sem sul, menina

Dava pra ver!

E eu me permiti relaxar.

Nos lidos álbuns, disfarces traçados

Relia sombras de meros passados

Imagem clara ou rosto esnobe

Da vida, patrícia; meandro polido

E eu me deixei estar.

Só não podia navegar no amargo

Só não queria estar do meu lado

Só não sabia estar em coma

Só não sentia esvair o pólen

E eu me deixei partir.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 27/04/2007
Código do texto: T466628
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