Domingo da macarronada
Domingo chegou, trazendo calma, preguiça, mormaço. E de quebra a macarronada, que era tanto esperada.
Em volta à mesa: a mama e o papa atentos ao alvoroço da meninada - já é uma característica italiana, abrasileirada pelas famílias
paulistanas - Ao fundo, a televisão ligada ao alheio. Misturada às vozes
entusiasmadas do alheio.
Nessa hora, entre mordidas, assuntos de família vem à tona: re
cordações do passado de infância, ou mais recentes, de falhas ou gentilezas, embalam risos de uns e admoestações de outros.
Mas, a hora não é de pessimismo. É hora de reunião, de alegria, de vida, mesmo que por vezes, salpicada à alfinetadas.
Finalmente, o sol se põe no infinito. Queda a luz no ambiente em
um toque de luz morna, como campainha, educada, à hora da saída. Antes, já saudosa por mais um fim de semana, presenteia a todos com dourados filetes luminosos. Como alertando para a preciosidade desses
momentos em família.
No carro, a criançada cochila, enquanto a mãe e o pai conversam e se preparam para uma semana de compromissos e contas a pagar.