Eis a tarde a expirar, exaustiva,
ambas conquistamos o anoitecer.
Transpiro sem inspiração a esmo,
sentada na janela de mim mesma.

Pago o preço da desilusão calada,
vejo o coração sangrar e nada faço.
Dos sonhos perdidos traço versos,
para os que os reconhecem, calados.

Fui para um homem um caso efêmero,
como tantos outros pelo seu caminho.
Para mim ele seria o eterno, tal qual
relógio na parede  enfim emudecido.

Dessa dor nasceram as poesias frias,
num tempo desacreditado de emoção.
Pois as pessoas agem pela razão e a
Paixão eles deixam em pergaminhos.

Tudo foi um sonho ou um mal agouro,
doces mentiras em formato de alegria.
Persegui o encanto e as rimas, contudo,
morreu de solidão a aprendiz de  poeta.


 
Railda
Enviado por Railda em 26/01/2014
Reeditado em 21/01/2016
Código do texto: T4665411
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