Noite
 
Serão devaneios?
Nada tenho para espalhar em chão de giz.
Mas há um mágico tapete que se desdobra e leva por céus de tinta guache sonhos disfarçados de realidade...
 
Eis que no perdurar da curta noite, mil e um dias se apossaram do brilho da lua e assim no fugaz da fantasia se fez carnaval...
 
Roda relógio de tempo parado,
Roa da vida, faz tudo em volta girar,
Janela entreaberta
Periga de o colibri entrar
E as violetas...
O viço recobrar...
 
Colheres tilintam nas xícaras
Soam esquecidos sons de cafés partilhados,
Palavras ditas, olhares trocados...
 
Fora a noite um delirar?
 
Num canto perdido da madrugada,
Braços abraçam,
Camisa de força não quero tirar,
 E Vênus, será veio pra ficar?
 
Ressoam então ocos e antigos sons,
Inexplicáveis murmúrios,
Orquestras que entorpecem e se desprendem de nós,
 
 
Bocas de sabores misturados,
De cheiros roubados,
Olhos de brilhos transpostos
Mãos que avançam,
Secretos caminhos,
E segredos a desvendar...
 
 E o tempo, há o tempo, uma trégua a dar.
E de pronto, tudo faz sentido, tudo se faz sentir.
Agora, quero espalhar flores, sobre o chão de giz...
 

Com as cores de ti...
 
 


Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 21/01/2014
Código do texto: T4657983
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