O CANÁRIO LIBERTO
Em Pasárgada, meu amigo “Amarelinho” vem todos os dias me visitar no mesmo horário. Cantor para o olor de ares e terras, gasta horas e horas comigo – estático – no galho inchado de araçás. Talvez porque saiba que eu entendo de perplexidades e medos. No exercício da essência do Absoluto, não há distinção entre os seres da criação. Eu, em admiração – extático – sinto o frescor do sol de penas aos olhos alumbrados. Eis a majestade harmônica, silente como um nada. Vago de palavras vãs, o entorno sussurra o trinado dos personagens prenhes do Absoluto.
– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2013/14.
http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/4657578