CENAS DA VIDA

Jaz na paisagem

opacas silhuetas

São tristes sílfides

Na ponta oposta

magnânimas figuras

decoradas à rendas

São igualmente tristes

Transeuntes passam apressados

não notam na esquina próxima

um bebê e sua mãe famintos

Da tristeza no rosto brota um socorro

ninguém ouve; estão absortos em chegar

Guardas espantam curiosos

Um corpo na sarjeta; espetáculo renovado

Um cão fareja o lixo

já vasculhado por mães famintas

Prostitutas se arrumam

Homens de negócios roubam

Um bebê e sua mãe famintos

Homens de negócios roubam

A miséria rende juros

Crianças famintas não chegarão aos 20

Homens de negocio roubam

Homens de negocios roubam

O quadro na galeria

é em tudo igual à rua

diz um visitante que olha da janela