O AMOR NÃO É UM SONETO

A briga dessa vez foi feia. Ego de poeta, supremacia de eu lírico. Não era obrigada a aceitar a verdade dos decassílabos, tão pouco amá-los como sugeriam as teorias. Inaceitável que aquilo fosse amor, tão pouco, miúdo, comedido, estável. Pequenininho, em 14 versos só. O amor não é um soneto, tenha dó. Talvez o amor seja um haikai, com infinitas possibilidades de compreensão. O amor é a poesia abstrata, surreal, dificílima, dulcíssima, governante absoluta de seus sentidos, de suas dores.

Amor é fogo, que se vê arder o tempo todo.

Amor é ferida, que molesta a alma sentida.

Amor é dor, que dói desatinadamente.

Amor é contentamento,

infinitamente

contente.

Efêmera Capitu
Enviado por Efêmera Capitu em 19/01/2014
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