Bicho do mato

Sou bicho do mato.
Escondo-me.
Isolo-me, me cubro com a capa
invisível da realidade.
No amanhecer,
visto a fantasia adequada e saio
do mato de minhas angustias
para ganhar o dia.
Sou luz e escuridão.
Sou herói e vilão anônimo
de minhas estórias.
Ninguém conhece o meu eu.
Ele não se mostra.
Esconde-se no
sorriso do bom dia, boa tarde,
boa noite.
Nas longas horas de trabalho,
nas festas, na bebida, na dança.
Sou bicho do mato.
Na madrugada tiro a fantasia que me acolheu durante o longo dia.
Olho então para o espelho
de minha alma e encontro a verdade.
Bicho do mato.
De dia se escondendo
atrás das mascaras.
Nas madrugadas
se escondendo entre quatro
paredes de um quarto frio. 
Edamaria
Enviado por Edamaria em 18/01/2014
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