Cavalgada de emoções...

O vento roçava as primaveras que caíam como flocos de neve,

enfeitando meus cabelos.

Naquele momento, talvez por uma associação de ideias entre a pureza das flores e a adolescência, recuei no tempo. Busquei com sofreguidão uma réstia de amor no talvegue do meu coração.

De relance, meu pensamento sentou-se à beira de uma profunda garganta rochosa e meus olhos contemplavam as águas cristalinas, que serpenteavam o leito de um riacho.

Havia no riacho uma passagem paradisíaca, para se estabelecer o contato leste-oeste. Minh’alma sonhadora não tinha hora para buscar o leste, onde morava o menino de olhos negros e aveludados. O tempo passou... Uma noite tive a última visão do menino-sol. Passava por uma estrada, quando me deparei num Posto da Polícia Rodoviária, com um moço esguio e que estampava um sorriso no rosto. O grito do meu peito vagueou pelo universo, desejava falar do meu amor, amor que o tempo acobertou. O passado despertou, como um vulcão em erupção e a emoção jorrou como lava.

Era noite, mas o sol nasceu diante dos meus olhos e dissipou o nevoeiro. Momento apoteótico!

Anos depois voltei para rever o lugar onde este amor ficou soterrado. Ouvi o diálogo entre as duas mães que foram colegas de escola, a minha e a dele. O menino-sol havia feito a grande viagem num acidente aéreo. Neste ínterim perdi a voz, duas lágrimas deslizaram, enquanto senti um vazio doloroso.

Nesta cavalgada de emoções juntei pedaços dos sonhos e de mãos dadas com o poente solitário fizemos a mesma caminhada...

Fato real...

Magda Crovador.

magda crovador
Enviado por magda crovador em 17/01/2014
Reeditado em 18/01/2014
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