Tirou-me toda a  alegria de viver,
a ilusão do pote d' ouro no arco íris,
a fantasia feliz do Era uma vez...
Destruiu as minhas inocentes ilusões,
tolas esperanças de que me amarias,
após milhares e milhares de elegias.
Deixou-me cética,
amarga, 
intolerante,
até convenceu-me
de que tu tinhas enfim,
encontrado a felicidade,
naquela mulher que 
metodicamente foi a escolhida.
Não me elegeu sua dama,
não cogitou hipóteses,
não me achou digna de dar lances,
no leilão do coração de pirata.
Simplesmente: 
não leu minhas cartas,
não ouviu os lamentos.
Não se importou sequer, 
com o sofrimento meu.
Jogou-me num canto,
tipo um fardo.
Afinal, 
até que hoje o compreendo:
Preferiu viver num castelo real,
do que numa palhoça de poemas.
Pois afinal o reconhecimento,
daquela que escreve, escreve, escreve, 
só terá validade na posteridade. 
Perguntará o biógrafo e o leitor:
Para quem será que ela poemou?
Quem foi o homem analfabeto
de lirismo  que não a elegeu?
Então com vingança branca,
jamais ajuntarão, 
o nome teu junto ao meu.
Você vai ter coragem,
de levantar a mão 
naquela multidão e dizer:
 




 
Railda
Enviado por Railda em 15/01/2014
Reeditado em 22/01/2016
Código do texto: T4651164
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.