Tirou-me toda a alegria de viver,
a ilusão do pote d' ouro no arco íris,
a fantasia feliz do Era uma vez...
Destruiu as minhas inocentes ilusões,
tolas esperanças de que me amarias,
após milhares e milhares de elegias.
Deixou-me cética,
amarga,
intolerante,
até convenceu-me
até convenceu-me
de que tu tinhas enfim,
encontrado a felicidade,
encontrado a felicidade,
naquela mulher que
metodicamente foi a escolhida.
Não me elegeu sua dama,
não cogitou hipóteses,
não me achou digna de dar lances,
no leilão do coração de pirata.
Simplesmente:
não me achou digna de dar lances,
no leilão do coração de pirata.
Simplesmente:
não leu minhas cartas,
não ouviu os lamentos.
Não se importou sequer,
Não se importou sequer,
com o sofrimento meu.
Jogou-me num canto,
tipo um fardo.
Afinal,
tipo um fardo.
Afinal,
até que hoje o compreendo:
Preferiu viver num castelo real,
Preferiu viver num castelo real,
do que numa palhoça de poemas.
Pois afinal o reconhecimento,
daquela que escreve, escreve, escreve,
daquela que escreve, escreve, escreve,
só terá validade na posteridade.
Perguntará o biógrafo e o leitor:
Perguntará o biógrafo e o leitor:
Para quem será que ela poemou?
Quem foi o homem analfabeto
de lirismo que não a elegeu?
Quem foi o homem analfabeto
de lirismo que não a elegeu?
Então com vingança branca,
jamais ajuntarão,
o nome teu junto ao meu.
Você vai ter coragem,
Você vai ter coragem,
de levantar a mão
naquela multidão e dizer: