Uma prosa semitotal poesia
Daqui, desse lugar , sempre volto renovada; dessa vez...
enquanto limpava muitos discos de vinil e os recolocava em um baú; enquanto ouvia o cantar dos grilos sapateadores;
escutava a dança dos galhos do cajueiro trocando passo-folha
sobre as telhas e deixando frestas, por onde o clarão da lua fazia uma diagonal e descansava sobre os travesseiros ...
Aqui, nesse lugar aprendi com as flores do mato na beira da estrada a apreciar a beleza de tudo o que é desdenhado e invisível aos olhos, porque simples.
Acostumei o corpo com a meia-lua das redes e as pernas ao carinho de suas varandas que balançam, balançam....
Viciei os pés à experiência de pisar sobre a lama macia e ondulante
quando a areia muda de cor, as algas conversam aos montes
e os filhotes de siris vão dormir em seus buraquinhos, na maré vazia.
Alegrava-me a cada dezessete de maio, mesmo acordando cedinho,
a ver escrito sobre a areia que circunda a casa uma declaração de amor e um “parabéns”
Adquiri a mania de deitar no colchão de areia e aumentar a coleção de bichos, caras, corpos, flores,e tudo o que elas, as nuvens, faziam para chamar minha atenção durante o dia.
Durante à noite muita vezes, ouvia um chamado: acorda! O céu está fazendo chover estrelas cadentes! Às três horas da manhã. O espetáculo maior !
Na madrugada, quando o namorado Vento entrava pelas persianas das portas, janelas e intervalos das telhas, aprendi a cantarolar as notas do Mensageiro do Vento pendurado na viga do telhado que bailava assanhado.
E, agora, depois de passar por experiências totalmente brutas e magoadoras, descobri que elas não foram nada, deixaram caroços psico-emocionais, mas eles estão desfazendo-se a cada vez que a pele e entranhas impregnadas por tantos prazeres desse local conservam todo esse gozo intransferível egoisticamente.
... e volto para a cidade renovada.
Daqui, desse lugar , sempre volto renovada; dessa vez...
enquanto limpava muitos discos de vinil e os recolocava em um baú; enquanto ouvia o cantar dos grilos sapateadores;
escutava a dança dos galhos do cajueiro trocando passo-folha
sobre as telhas e deixando frestas, por onde o clarão da lua fazia uma diagonal e descansava sobre os travesseiros ...
Aqui, nesse lugar aprendi com as flores do mato na beira da estrada a apreciar a beleza de tudo o que é desdenhado e invisível aos olhos, porque simples.
Acostumei o corpo com a meia-lua das redes e as pernas ao carinho de suas varandas que balançam, balançam....
Viciei os pés à experiência de pisar sobre a lama macia e ondulante
quando a areia muda de cor, as algas conversam aos montes
e os filhotes de siris vão dormir em seus buraquinhos, na maré vazia.
Alegrava-me a cada dezessete de maio, mesmo acordando cedinho,
a ver escrito sobre a areia que circunda a casa uma declaração de amor e um “parabéns”
Adquiri a mania de deitar no colchão de areia e aumentar a coleção de bichos, caras, corpos, flores,e tudo o que elas, as nuvens, faziam para chamar minha atenção durante o dia.
Durante à noite muita vezes, ouvia um chamado: acorda! O céu está fazendo chover estrelas cadentes! Às três horas da manhã. O espetáculo maior !
Na madrugada, quando o namorado Vento entrava pelas persianas das portas, janelas e intervalos das telhas, aprendi a cantarolar as notas do Mensageiro do Vento pendurado na viga do telhado que bailava assanhado.
E, agora, depois de passar por experiências totalmente brutas e magoadoras, descobri que elas não foram nada, deixaram caroços psico-emocionais, mas eles estão desfazendo-se a cada vez que a pele e entranhas impregnadas por tantos prazeres desse local conservam todo esse gozo intransferível egoisticamente.
... e volto para a cidade renovada.