Esvaiu-se

Destilei uma poesia retumbante, em razão da sua vinda. Aproximei distâncias e enxuguei os prantos decorrentes do passado, em resposta ao seu efeito confortante, sua presença que se fazia iluminada em minha vida. Alimentei o sorriso com fagulhas intensas de um amor que nascia belo, sem jeito e descompassado. Foi um balanceio morno que aquiesceu os recantos mais escondidos, tão repletos de vontade, de paixão, de um legado que costurava sonhos sinceros no meu peito adornado com sentimento fino. Vesti a poesia com uma delicadeza única, de rara beleza, de uma sonoridade e nuance nunca sentidas por mim. A poesia permanece embelezando a entrelinha do meu olhar. Mas você se foi, deixando resquícios de um sentimento que pousou inteiro no meu coração. Voou, emudecendo o ambiente, deixando-me num vácuo interminável. Tranquei nessa penumbra os retalhos da esperança que me encaminhava até você. Em razão da sua vinda, iluminei poesia. Em razão da sua ida, escureci minha alegria. Foi-se a sintonia.