CHÃO
Pisamos o chão
Bem onde tantas trilhas nos marcam...
Pavimentando nossas estradas
Com pegadas ao alcance de nossos corações...
Sentimos o vento forte,
Abraçando as construções...
Edificadas em alicerces
Revestidas de solidão...
São minutos rebocados,
Nos tijolos da ilusão...
Surgimos assim,
Como grandes arranha-céus
Assentados em terrenos em erosão...
E do alto deste edifício,
Em eterna construção,
Avistamos os horizontes
Tão distantes da razão...
Em pequenos latifúndios
Arenosos movediços,
Nem rasos, nem fundos...
E quando em tremores a terra se move
Encontra-nos submissos,
Nos braços da ilusão...
E logo em seguida,
Vem a realidade, enciumada
Roubando nossos devaneios...
E no assoalhado piso frio
Arranca-nos aqueles segundos...
Acordando-nos para a vida
Voltando nossos pés ao chão.