Lançando-me no abismo

Apenas duras palavras me sobram deste relacionamento invisível, onde "o que você está vivendo é uma mentira, uma ilusão", pois que de nada adianta me desesperar e sofrer por ele, estou tentando adiar o inevitável. Vai, carregando consigo pequenas gotas de um café saboroso, uma bebida gelada mas tão refrescante, e uma pele morena que me atiça o desejo e o paladar. Jogue fora tantos papéis, e idéias cinzas, dores, mensagens de minhas boas e más intenções; estou aqui, implorando que me ames, e tudo o que tens feito é desprezar-me, lançando-me no abismo. Pois que já conheço o obscuro, meu amigo, o real inferno; por lá passei, fiquei, vivi... não desejo o seu dinheiro, nem ao menos tirar o pouco q tens conquistado, para o meu bel prazer. Quero-te, cada poro do seu corpo, cada suspiro, e cada minuto de sono; abraçar, depois destes dias de tempestade, dormir ao seu lado e acordar de manhã com o sol aparecendo, tímido mas impetuoso, deslizar meus dedos entre seus cabelos, na vã tentativa de sentires essa explosão e esse interesse de compartilhar.

Não ser a dona, e sim a companheira; não interferir, apenas participar. E bate esse desespero que vem do profundo do meu ser, me toma conta e tira o juízo, a consciência. Uma vontade quase que incontrolável de te procurar, te possuir, deixar que tomes conta de mim, e tudo o que ainda me resta de bom aqui dentro. Pois que acredito fielmente, nada restará de bom quando partires; quando não houver mais este homem a quem eu me dedicar, procurar, já bem longe respirar o ar de outra cidade, estarás seguro lá, bem o sei, mas ... quando não mais aparecer nenhuma notícia sua, e já tiveres me tirado de sua vida, se um dia fui importante em algo, e tu já me acreditares ter-te esquecido, lá estarei, de longe, querendo estar tão perto. Não me entregarei à morte, pois ainda há vida aqui, em algum lugar; quando tu fores, me deixando aqui sozinha, tão entregue a este sentimento não correspondido, me fecharei. Deixo aqui a promessa de nenhum raio de sol passar, nem amor insólito atravessar as barreiras que criarei. Pois por ti o criei, e por ti o transformarei. Haverá aqui apenas mágoas, dor e morte, nada para agradecer e nem lembrar... ódio por fraquejar, por você. Por este coração maldito ter me enganado, achando que um dia a felicidade viria me abraçar.

Não acredito que em algum segundo eu estivesse aí contigo. Você me deixou e partiu, e agora novamente o fará. Eu ficarei, desolada e fria, e esperarei até o dia que minha hora chegar; sombras e fogo ainda povoam meus pensamentos, mas em algum instante só ficaremos eu e esta mente perversa, que imaginou e sonhou ter encontrado uma chance de viver em paz. Não há salvação para mim, era a seu lado que eu queria estar. E dizimaste tudo o que ainda me restava de vivo e bom.

Posso prometer, "de hoje em diante não terei mais espaço para o amor, aqui não há espaço para este intruso".

Lanço-me no abismo, para que eu encontrasse o fim. Ainda posso respirar, e escrever, e lamentar. Tanto... porquê... nada mais. Aqui no fundo, apenas lágrimas para chorar e uma dor no peito que não passa...

uma infelicidade sem fim.

Vá, sua vida lhe espera. Deixa-me, destruída e sozinha.

Espero não mais te ver, pois assim sofrerei menos. Tanto que te procurei, para agora te encontrar e tu ir. E já que não me levará... só me restou o vazio... o abismo.

bete online
Enviado por bete online em 08/01/2014
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