Visão de Achados
Não achei fonte, nem terras surpreendentes
Foram mais de um quarto
Menos de um centenário
Não houve beijo ou amor
Apenas um pouco de lágrimas
num punhado de feridas roucas,
E o ardor radioativo das tremuras de tristeza.
Vi linhas saltarem violentas
das curvas arrepiadas em traços tímidos;
Cores caóticas dançando
ao ganharem volumes geométricos
ao sabor de qualquer ritmo que dialogasse com minha mente louca.
Vi letras se alinharem
qual exército esplêndido e terrível,
num arremedo de dores e sofrimentos de origens ignoráveis.
E não há um "você",
quisera houvesse,
Mas nunca um "você", ou "eu e você"
Jamais.
Sempre eu...
Pra onde quer que fosse,
desde o reflexo numa poça suja,
até um olhar costumeiro e espantado pros pelos de minhas mãos.
Vi o tempo fazendo escolhas,
acertando mundos inteiros e os desfazendo,
diante de personas vazias,
cuja a vida eu mesmo preenchia
alimentando-os dos espaços caóticos das linhas, letras e melodias.
Fica apenas aquela vontade de...
Apenas os pés seguindo em frente
A vida que vai sem se importar
E no fim oque eu achei?
Os mesmos calafrios e tremores de sempre.