ÚLTIMAS INTENÇÕES
Momentos...
Hão nos ventos a me ludibriar
São largos e magros de tão raros que são.
Momentos e ternuras
A me deturparem por inteiro
Na imensidão do relógio do peito
Que anda amolgado, amontoando-se entre os ponteiros.
Da leda e breve vida prófuga e dum sentimento alinhado...
Não saio de casa sem recolher a essência - a exsudar!
No ambiente marinho, no leito da alma.
Sou reles abelha a compor o mel dos sustenidos
A me encantar, a evitar a rejeição
A fitar a atracação em imenso porto
Ora, quase morto!
À guarda do apocalipse singelo
Com terebentinas e acácias a me darem um vinte e dois
Meus reis magos, meus intervalos
Sou perene neste ato leviano e insano da existência
Venho tenro, calibrado e cheio de últimas intenções.