RELUTANTE, MAS, CONFORMADO de: Osmarosman Aedo
E nada pude fazer
Pra segurar tuas mãos evitando que partisse...
Nada pude fazer para socorrer teus olhos
Não debulharem-se em lágrimas
E evitar que mais uma vez
Conte outra história de dor... não me perdoarei.
Nada pude fazer
Mesmo vendo-te caminhar para trás do entardecer
Na intenção de esconder-se da claridade da lua
Evitando-me olhar-te mais uma vez
E assim não fitar meus olhos, quais, perdidos, já te procura
Em meio a tantas partículas de inteiros teus,
Espalhados nos jardins meus em minha lembrança.
Nada pude fazer.... nada...
Ao despedir-se não imaginou como sangraria de saudade um coração
Que tomado por uma paixão provinciana, medieval
Esgueirar-se-ia por entre florestas
E por sob macadames de cascalho e argila,
Repetira-se-á por várias gerações
Até que ao manipular o tempo, possa encontrar-te mais uma vez
Ainda que numa linha de tempo aquém compreensão humana...
Despediu-se...
E vi tuas mãos delicadas escaparem às minhas,
Sem que de mim conseguisse dizer o quão sua falta
Me trará vazios e estes ,
Mais lembranças do que quando a banhava com flores raras
E colocava-te um enorme e lindo sorriso em tua emoção...
Você se foi...
Eu fiquei... não sei que fazer
com as flores que colhi hoje de manhãzinha,
com as imagens captadas ainda sob os efeitos da aurora boreal
e com as palavras que neste momento,
perdem-se em meus “senões”.