Soube que encontrou a felicidade.
Não sejas egoísta ao ponto,
de negar o pedido, 
de uma moribunda no leito.
Fale-me, 
balbucie no meu ouvido,
explique como é viver intensamente, 
esta sinestesia de amor?
Conte-me, 
imploro de joelhos se preciso for,
pois afinal para quem tanto
se humilhou,
farei isso mais uma vez,
se preciso for.
Não omita, 
não minta mais, 
este é o último desejo de quem jaz.
Diga-me,
qual o olor dos cabelos da outra,
como é o frescor do corpo inteiro, 
se foram minutos ou horas inteiras,
de desejos satisfeitos, 
envoltos com a liberdade trigueira.
Não se nega um pedido,
a quem nada tem para oferecer,
além do ansiado adeus libertador.
Fale-me!  
Qual a cor dos olhos da felicidade?
Pois eu os imaginei:
verdes cor do mar,
esperança verde, 
negros iguais aos teus.
Grite-me, 
pois O Corvo já delineia meu leito.


 
Railda
Enviado por Railda em 06/01/2014
Reeditado em 22/01/2016
Código do texto: T4639142
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.