POEMA DA VOLTA
Quando o dia se finda e uma estrela precoce cogita-me a noite
Vejo-me caroneiro rumo à constelações.
Quando todos os passos induzem à retornos
Junto-me a eles...
[ estrelas me perseguem nestes retornares]
Então, apressado , vou pisando astros
Resguardando anseios sob meus sapatos
Ainda que baile por entre calçadas, infindável ciranda
Um balé frenético entrecortando espaços:
[Dos braços! ]
Que seguram bolsas,que seguram livros,seguram embrulhos ,descartam entulhos...
Albergam os filhos junto aos corações.
Que apertam bíblias à caminho dos templos
Que seguram copos em mesas de bares
Que juntam-se em mãos em alheios pares.
E estes meus braços?
Sedentos de abraços?
Ah!...Êstes meus braços
A fatiar espaços,vencendo cansaço
Traçando em cadência a busca dos teus
E borram horizontes derradeiras aves
Tecendo nas asas o tempo de voltar
Então pensamento me faz passarinho
E com rumo certo
Num alar calado
Anseio o instante de ter-te ao meu lado