Neste início de ano tentei mudar,
deixar de fazer rabiscos,
dar um tempo nos escritos,
viver como todos os que circulam,
lá dentro da caverna.
Fiquei na divisa do portal das pessoas
normais felizes e dos poetas sofríveis.
Por tres dias tentei não ler poesias,
ouvir músicas romanticas ou sonhar
com o amor de tantos outros poetas.
Que monotonia meu Deus!
Como acostumar-me a assistir novelas,
filmes impróprios, romances cor de rosa
ou com horários para dormir?
Desisti...
Que volte a loucura,
pois afinal
não entenderão neste século o que
me invade a mente
e tampouco as mulheres que tomam forma em mim.
Quero ser chamada de louca
de corajosa por escrever
o que muitos sentem
mas estão ingessados pelo preconceito.
Que venha a camisa de força,
que venham novas hisstórias
Mas por favor não me
peçam métrica nem rima,
Pertenço ao mundo
dos que caminham,
lado a lado com a alma amputada,
coração dilacerado e um largo sorriso nos lábios,
algo que ainda não padronizaram.
Escapei pelo vão da imortalidade,
críticas modernas não me atingem,
pois não recebo resposta das cartas,
que escrevi para a posteridade.