PEQUENINO
Pequenino,
O mundo te recebeu
com a lentidão dos segundos,
quando se tem fome.
E tinhas.
Com os braços cruzados
para o teu amor.
E tens tanto!
Quem te abandonou
não sabia que eras anjo.
Talvez nunca saberá.
Por que os anjos não falam,
eles somente são presença.
E para vê-los, é preciso enxergar além.
E o mundo de hoje não quer ver além.
Sequer acredita em anjos.
Pequenino,
contaste-me tua história
nos teus olhinhos tristes,
nos teus ossinhos aparecendo,
na tua urgente necessidade de amor.
Contarás a Deus, um dia,
sobre as mãos que te abandonaram
e as mãos que te abrigaram?
Contarás a Deus, um dia,
que urge mudar a consciência dos homens
para saberem ler na luz de olhos como os teus
a grande mensagem à raça humana
que Ele tem escrito
nas pautas dos grandes silêncios?
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