Na Imensidão da Fresta
Deitado na cama de um quarto qualquer, pela fresta, meus pensamentos ecoam nos bosques de uma planície distante.
A vista que me possui não é bela das mais belas como eu gostaria,
mas é bela a vista que eu tenho.
(Nada tão exuberante como a paisagem do horizonte de quem vive na opulência);
das quais conferem poder à visão de finas paisagens.
Mas é bela e calma como a pressa da vida que passa,
vista bela é essa que dela pressa eu não tenho.
A vista que eu tenho hoje, são de duas pequeninas mudas
das quais preservei durante as lidas de um verão escasso.
É lindo observar o vai e vem dos galhos, o toque da brisa suave que alegram as folhas e embalam o cantar dos
pássaros.
A vista que tenho é simples, e de tão simples; é rica de sentimentos e nobre como quer aquém sabe em seu púlpito idolatrá-la...,
é bela.
E ao menor passo em que sequer tive a chance de notar, elas cresceram e hoje estão viçosas, cheias de vida e graça.
Mas, estou sonolento depois que à mesa me foi farta, pois, é grande e gostosa a prequiça que nesta tarde eu tenho.
E, porquanto farta de possiblidades, é bela a vida que passa, é vasta a vida que eu tenho.
Mas do meu quarto, ainda há em mim um despudor de pensar com calma sobre a vida que passa, vista bela é essa que dela pressa eu não tenho.
E Na imensidão dessa fresta, é lindo como tenho um mundo através da minha janela; é bela a vida que eu ainda tenho.