Outono da minha vida

Adentrando ao outono da minha vida,

Um paradoxal inverno quente me anima.

E a primavera, florida, faceira e sorridente

Reflete a esperança de um dezembro caloroso,

Com o verão pulsando caloroso em minhas veias.

Com certeza um natal muito feliz

Entre familiares e amigos.

Um “adeus ano velho” ruidoso

Com prazerosos brindes, fortes abraços,

Estalados beijos e furtivas lágrimas.

Mais um Ano Novo repleto de promessas.

Que aventuras viverei em janeiro?

Viagens, estradas, novas paragens.

Fevereiro de olhares, sorrisos e afagos.

Conquistas merecidas, achados fortuitos,

Quiçá novos amores, explosivas paixões,

Prazeres incontáveis, noitadas inesquecíveis.

Assim a vida se renova, até a hora da partida.

Março trará corações dilacerados,

Almas partidas, bilhetes rasgados,

Pulseiras, anéis e colares jogados.

Roupas rotas, tênis gastos,

Revistas dobradas, livros esquecidos.

Enfim, páginas viradas, vidas passando.

Os passos antes largos, agora lentos,

Os olhos lassos, as nuvens altas,

Prolongados suspiros, ais, sussurros.

O tempo escoando entre dedos e frestas,

As ondas do mar lavando lamentos,

Na areia desenhando imagens funestas...

(J.M. Jardim, setembro/2013)

Juares de Marcos Jardim
Enviado por Juares de Marcos Jardim em 27/12/2013
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