Bandeira

"Seja mais discreto"

Não adianta. Dou "bandeira".

E foi assim. Só nós (e todos, em peso, arroba por arroba) ou sabiam ou tinham certeza.

Mas nós, éramos nós.

Nós. Atados. Um ao outro. Um a um.

E rompemos.

Nós.

Um a um.

Desta vez, fui discreto. Dei Bandeira:

"Amor, chama. E depois, fumaça. O fogo vem, a chama, passa..."

"E de que me adianta a paisagem, a baía? Se tudo o que eu vejo é o beco?"

"O que não tenho e desejo, é o que melhor me enriquece. Tive dinheiros, perdi-os. Tive amores, esqueci-os. Mas no maior desespero, rezei. Ganhei esta prece".

Não esqueci. Não de ti. Não de tudo o que me disse, a cada hora, a cada passagem. Não esqueci de teu cheiro em minha roupa, tua voz em meus ouvidos.

Não te direi mais nada, mas saiba: te amo ainda. Seja como for, com quem for, por onde for.

Não há mais bandeira. Só à meia-adriça, por este amor.

De Franz e com excertos de Manuel Bandeira
Enviado por De Franz em 27/12/2013
Reeditado em 27/12/2013
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