O Vermelho da Escolha
Nenhuma dor é dor quando se transforma em vácuo,
Quando seus pensamentos não têm significado, nem peso.
O que importa seu desejo se não há forças para concretizá-lo
Ter várias janelas e não ter coragem de pular sobre nenhuma
Ter uma porta sem a vontade de abri-la e ir para o desconhecido
O que é ter tudo nas mãos sem determinação?
Apenas um nó na sua garganta, forçando no incômodo
Prendendo o sangue de circular e amarrotando seu cérebro
Fazendo com que os glóbulos se espalhem sem pena
Encharcando seus pensamentos e afogando seus sonhos
Fazendo um naufrágio por tudo que você almeja...
Lentamente tudo vai se afogando, se perdendo,
Fazendo sua vista escurecer, sem ver nenhum sinal
Nenhum socorro aparente, algo imediato para o salve
Você vai cedendo tão sutil, aceitando a morte aos poucos
Sentindo depois de todo o naufrágio o sangue descendo o ralo
Voltando no declive, depois de você ter cedido ao nó.
Deixado ele te enforcar do jeito mais envolvente.
No estrago já feito, você sente a mudança trêmula,
Rasgando entre o que sobrou para que não reste resquícios
Qualquer rastro de esperança é totalmente abominada.
O ácido que trafega entre o vácuo pós-suicídio é terrível
Tudo foi totalmente destruído e retirado de seus lugares
O que lhe resta é esperar seu psicológico recuperar-se
Catar o que sobrou, e ver o que ainda pode ser aproveitado.
Nada voltará ao seu formato original, as escolhas fizeram você.
E as consequências que tens sobre elas é fatal.