DE CIMA DA GOIABEIRA

De cima da goiabeira

disparei dois obuses

mas não atingiram ninguém.

De cima da goiabeira

ordenei uma retirada de Laguna.

Comi goiabas com bicho e sem bicho

como coisa casual e transferi o pega-pega

para outro dia. Os escorpiões do quintal

eram os inimigos de sempre.

Tinha as vacas com corpos de chuchu

e os cavalos eram de pau de vassoura.

A molecada contava lorotas,

inventavam coisas quanto pior, melhor.

Nos dias de chuva os narizes ficavam

espetados nas vidraças esperando o sol abrir.

De noite sonhávamos com as estrepolias

do dia seguinte e os anjos empinavam pipas

enquanto nos guiavam.