Dura

Linhadura

Vai delimitando a dureza do dia

Minha tez dura e límpida

Caminhadura

poeira levantada dos pés

chão seco

pés duros de caminhar

No silêncio de um vagão cheio

A vida se endurece pelo rilhar do tempo

Carnadura

Suportando os mais terríveis solavões

Prisão sem muros

Silêncio; companhia solitária

(mistificada em nada)

De cada susto que o vento cavalga

A dureza nos atinge e os mais nobres sentimentos

Trovadura

verso rouco, preso no ponteiro do dia

linha muda

grito imenso de papel

Berro de tudo

Tudo gira: zonzura

a desabafadura pelos dedos

lágrima anônima

Sentimento profundo