[Só ao depois se sabe]
O que acontece? O que acontece? Que ações, ou falta de ações, que atos, ou desatos, que desatinos, enfim... Sim, o que eu NÃO estou fazendo, tal que se o fizesse, os fados seriam diferentes, favoráveis, talvez? Só ao depois saberei, se tempo me restar! Inevitável: é só ao depois é que se sabe...
Mas o tempo que eu não tenho me devora lentamente, lentamente como um grande e poderoso animal que abate a presa, e logo a devora assim, sem pressa, sensaboreando o sangue ainda quente que encharca a terra, pela última vez... O tempo, esse câncer terminal!
Amanhece, como sempre; pífio consolo! Logo, o carro mágico do sol rumará para o ápice; os meus olhos cerram-se. E a flor amarela, a bela Flor de Leste também se vai, pois o sonho meu termina... outra vez, mais uma vez! Melhor assim, pois cessará essa tantalização que me maltrata!
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[Desterro, madrugada de 20 de dezembro de 2013]