Sobre o direito ao direito.

Sobre o direito ao direito.

O certo não se contesta, quem diz a verdade não merece castigo. Eis aí a maior injustiça do direito à vilania; com esta máxima não sobreviveria a teologia. Aquilo que é aceito por um sistema criado sob a mão poderosa de Deus, para defender os mais fortes e para tiranizar os mais fracos. O julgamento é sempre justo. Todavia, difere, duas medidas numa mesma balança. O peso é rígido não varia, não importa se ouro ou prata. Aos olhos dos homens é Deus quem dar o veredicto final, e nesse quesito vale mais quem paga além do estipulado; se o pobre não tem recurso seu futuro está fadado, se morrer não ver a luz seu destino foi traçado.

Há ainda as indugências dos “leões’, se disfarçadas ou não, só não ver quem cego for; para entrar nos céus dos homens o dinheiro tem valor. Há, na terra, um soberano que determina o reinado dos santos e o sexo dos anjos, excomunga quem não crer e canoniza seus beatos. Com uma ou duas mentiras santifica um derrotado. Pois se santo o homem for, Deus por certo foi logrado. Assim se encontra este mundo acima de um céu forjado; os homens viraram deuses, os deuses, pobre-coitados”.

Evan do Carmo. 23/04/2007

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 24/04/2007
Reeditado em 24/04/2007
Código do texto: T461813