Remédio

Manhã passou;

Tarde que se aninha

e a imagem assustadora,

recém suja de sono,

e do mesmo rosto,

no reflexo que desconheço

A verdade...

Nada mais do que isso.

E o que passar ,não há reflexo.

Amarga, como antigos purgantes,

frente à mesma imagem que desconheço

sorvo lentamente o líquido amargo e curativo:

a realidade, sem floreios, enigmas e mistérios.

Não importa o que mate

Sequer a dor da realidade

Tudo oque vejo

(anseio refletido em água e dentifrício)

é a verdade.