ATRAVÉS D’UM VÉU de: Osmarosman Aedo
Dois olhos
Escondidos num rosto emocionalmente abatido,
Comungava ao momento
Uma chance de poder esgueirar-se dentro de pensamentos
Quais, impróprios, pareciam vingar-se,
De alguma atitude precipitada
Ou algum retrátil coração que a roubou como um poeta o entardecer
Mas que a devolveu, como se: poeta e entardecer não existissem.
Era, dois olhos num rosto assustado...
Não tinha como desenhar tuas culpas
Nem reinventar teus segredos,
Porque havia algo naqueles olhos
Que falava em voz tão alta que escutei...
Não havia vestígios de escoriações em elevo visual
Mas, as que estavam camufladas entre teus murmúrios
( sua boca gesticulava como se falando com alguém, ou querendo respirar palavras aleivosias ),
Emergindo explicitamente que ali,
Aonde era pra ser guardado uma alma decupada
Haviam feridas, chagas ou até quem sabe
Somas de dores renascidas com as novas desilusões..
Eram dois olhos
num corpo
um amontoado de preocupações
numa voz entalada
um coração estilhaçado
um olhar perdido
numa mulher desesperançada.
Pudesse eu
Dormir teus sonhos... certamente despertaria realizações.
Osmarosman Aedo
2.000 e Nós