CINCO HORAS DA TARDE
Às cinco horas da tarde
Religiosamente às cinco horas da tarde
Ela saia da posição por qual ficara a tarde inteira
E se resguardava em sua casa para banhar-se
Era assim que tinha que ser
Assim se comportava uma mocinha
Assim se comportava uma criança
Dizia minha tia
Enquanto nós todos brincávamos
Ela passava
Às cinco horas da tarde
Exalando perfume pelas esquinas
Mas, às cinco horas da tarde
O sol começava a se por
E exatamente às cinco horas da tarde
Sua mão descobria o seu corpo
Às cinco horas da tarde
Precisamente às cinco horas da tarde
Todos começavam a retornar
E ela sabia que era hora de entrar
Todas as tardes
Às cinco horas da tarde
Ela entrava na sua casa, saia da sua varanda
E tudo pontualmente às cinco horas da tarde