Não sei por que arrancamos,
ressuscitadas do silêncio,
todas aquelas palavras mortas.
Talvez só pela dor de dizer,
o que é tão pouco e é tudo,
ou por ter de doer saber o que,
qualquer coisa, alguma coisa, toda coisa,
ou coisa nenhuma que valha
viver e correr o risco de não saber.
As palavras, não sei por que, revividas,
elas vem necessitadas de sentimentos,
carregadas dessas emoções hesitantes,
plenas desses significados inexistentes.
Não sei por que elas vem marcadas,
maculadas desses dilemas desinteressantes,
de uma aflição muito mais que angustiante.
A lembrança sempre a carregar consigo
a saudade do que já foi mas ainda é.
A saudade sempre pronta a trazer
a indesejável vontade de voltar.
E de ali ficar, essa vontade absurda
de nunca mais partir.
E tudo isso é uma mesma viagem...
E se eu choro sem motivo
justamente pelo motivo que tenho
e que mantenho de não chorar,
é que não aprendi ainda a esquecer,
ou porque o esquecimento é um cemitério
de todas aquelas coisas que sempre matamos,
(porque matamos)
e nem pensamos nelas,
nem mais sabemos delas,
nem mais vivemos com elas
as coisas
que tornariam a vida e a vontade dela
e de tudo o que temos, as coisas mais belas.
Eu só queria ser capaz de dizer tanta coisa
antes de tanta coisa morrer,
gostaria de sentir ainda algo
antes de tudo desaparecer.
Queria tocar com os pés
o chão de todos os meus pensamentos,
tocar com a mão a face doce do inefável...
Há um céu sem estrelas
e a vida não passa de uma noite escura.
Brilha um sol, mas é só num sonho impossível,
na vida que seria, não fosse o que nem é que é,
essa ilusão de tudo ser o que pensamos que vemos.
E a minha vontade, essa inútil batalha já perdida,
é só este suspiro um segundo antes de tombar,
essa eternidade entre o olhar e o fim da luta,
a que travo e a que não travo, a que nem travei.
Depois sigo cego e sou só essa eterna distância
que me coloca indefinido entre algum futuro
e todos os possíveis pretéritos.
É só imperfeita visão o tudo que não vemos.
E insatisfeita, essa vontade de viver segue teimando,
ousando e ainda acreditando. E vai sonhando...
E eu não sei por que tudo é ou era ou foi
e ainda haverá de ser só poesia, alguma coisa assim,
talvez mais que isso ou menos, ou nada disso,
porque não sei quando é que tem de ser ou foi
somente essa minha vontade absurda de dizer.
Ou talvez de esquecer o que nem havia para dizer
ressuscitadas do silêncio,
todas aquelas palavras mortas.
Talvez só pela dor de dizer,
o que é tão pouco e é tudo,
ou por ter de doer saber o que,
qualquer coisa, alguma coisa, toda coisa,
ou coisa nenhuma que valha
viver e correr o risco de não saber.
As palavras, não sei por que, revividas,
elas vem necessitadas de sentimentos,
carregadas dessas emoções hesitantes,
plenas desses significados inexistentes.
Não sei por que elas vem marcadas,
maculadas desses dilemas desinteressantes,
de uma aflição muito mais que angustiante.
A lembrança sempre a carregar consigo
a saudade do que já foi mas ainda é.
A saudade sempre pronta a trazer
a indesejável vontade de voltar.
E de ali ficar, essa vontade absurda
de nunca mais partir.
E tudo isso é uma mesma viagem...
E se eu choro sem motivo
justamente pelo motivo que tenho
e que mantenho de não chorar,
é que não aprendi ainda a esquecer,
ou porque o esquecimento é um cemitério
de todas aquelas coisas que sempre matamos,
(porque matamos)
e nem pensamos nelas,
nem mais sabemos delas,
nem mais vivemos com elas
as coisas
que tornariam a vida e a vontade dela
e de tudo o que temos, as coisas mais belas.
Eu só queria ser capaz de dizer tanta coisa
antes de tanta coisa morrer,
gostaria de sentir ainda algo
antes de tudo desaparecer.
Queria tocar com os pés
o chão de todos os meus pensamentos,
tocar com a mão a face doce do inefável...
Há um céu sem estrelas
e a vida não passa de uma noite escura.
Brilha um sol, mas é só num sonho impossível,
na vida que seria, não fosse o que nem é que é,
essa ilusão de tudo ser o que pensamos que vemos.
E a minha vontade, essa inútil batalha já perdida,
é só este suspiro um segundo antes de tombar,
essa eternidade entre o olhar e o fim da luta,
a que travo e a que não travo, a que nem travei.
Depois sigo cego e sou só essa eterna distância
que me coloca indefinido entre algum futuro
e todos os possíveis pretéritos.
É só imperfeita visão o tudo que não vemos.
E insatisfeita, essa vontade de viver segue teimando,
ousando e ainda acreditando. E vai sonhando...
E eu não sei por que tudo é ou era ou foi
e ainda haverá de ser só poesia, alguma coisa assim,
talvez mais que isso ou menos, ou nada disso,
porque não sei quando é que tem de ser ou foi
somente essa minha vontade absurda de dizer.
Ou talvez de esquecer o que nem havia para dizer