Lágrimas de criança

Minha avó é um super talento. Sempre preocupada em me empurrar comida.

Ela acha que estou magro demais, alias, sempre fui.

Mas carinho de avó é o mesmo de sempre: 'Coma filho para ficar forte' - é o que ela diz o tempo todo.

Assim que cheguei duvidei que desabaria em lágrimas. Afinal, já fazem oito anos que não retornava para revê-la e, para ser franco, não esperava tamanho impacto. Chorei feito criança ao ver aquelas terras por onde andava o dia todo. Muita coisa mudou, mas nada mudara dentro de mim.

Sem ao menos entrar, assim que pus os pés na frente do portão, ela apereceu, sentei numa pedra e chorei por pelo menos umas duas horas enquanto, ao mesmo tempo, admirava as colinas por onde costumava desbravar pela mata. Minha avó, nesse instante, não recitou uma só palavra. Uma sábia senhora do tempo, certa de que naquele momento... apenas preferiu me deixar com meus pensamentos.

Foi um passado distante, e naquele momento ela soube o quanto inda vive presente.

- Se você tem uma avó como essa, certamente tem muito amor no coração.

- Com o tempo, a cidade nos deixa robusto como ser humanos. " Muita vezes, quase não acreditamos mais nas pessoas." Mas a partir do momento que tiramos um tempo para relembrar nossas origens, é aí que vemos o quanto somos fragéis e insignificantes diante da vida.

- Sem amor, ou sem uma origem valiosa, não há platéia. Há apenas o "rude e o vazio" ( não há o que lembrar. Não há o que preservar ).

Poesia Tofilliana
Enviado por Poesia Tofilliana em 07/12/2013
Reeditado em 07/12/2013
Código do texto: T4602052
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