Sou talvez...
A visão que alguém sonhou...
Alguém que veio ao mundo para me ver...
E que nunca na vida me encontrou.
Florbela Espanca
Entre um olhar e outro...
Tive a sensação que te encontrava...
Mas o olhar enfrenta certos vícios.
Como o olhar no espelho...
Da primeira emoção.
Surge um algo que não é...
Nos põem em medo...
Que mata por dentro...
O encontro.
É engraçado...
Como a vida nos prega partidas...
Algumas delas até bem bonitas...
Como uma paga de promessa...
Não cumprida.
Outras que a visão sonha...
Parece nos dizer a verdade...
Para o mentir que não surge.
Será que era amor !?!...
O chama como eu !?!...
Reconforta nos sonhos !?!.
Dando o equilibrio cego..
Para o vazio que nos leva...
A lembrar que o dia acabou.
Para o olhar que corteja...
Praças vazias...
O tanto que por dentro procura.
Eu poderia agora declarar ...
A desistência.
Mas nesse instante...
Sinto sua falta em meu quarto.
Nos cruzamentos da procura...
Nos sinais dos desencontros.