Sou talvez...
A visão que alguém sonhou...
Alguém que veio ao mundo para me ver...
E que nunca na vida me encontrou.

Florbela Espanca

Entre um olhar e outro...
Tive a sensação que te encontrava...
Mas o olhar enfrenta certos vícios.

Como o olhar no espelho...
Da primeira emoção.

Surge um algo que não é...
Nos põem em medo...
Que mata por dentro...
O encontro.

É engraçado...
Como a vida nos prega partidas...
Algumas delas até bem bonitas...
Como uma paga de promessa...
Não cumprida.

Outras que a visão sonha...
Parece nos dizer a verdade...
Para o mentir que não surge.

Será que era amor !?!...
O chama como eu !?!...
Reconforta nos sonhos !?!.

Dando o equilibrio cego..
Para o vazio que nos leva...
A lembrar que o dia acabou.

Para o olhar que corteja...
Praças vazias...
O tanto que por dentro procura.

Eu poderia agora declarar ...
A desistência.

Mas nesse instante...
Sinto sua falta em meu quarto.

Nos cruzamentos da procura...
Nos sinais dos desencontros.



 
ROMILPEREIRA e Florbela Espanca
Enviado por ROMILPEREIRA em 02/12/2013
Código do texto: T4596300
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