Carícia de Poesia

Minhas poesias ficaram mortas e tão frias

Eram minhas pedras, minhas matas...

Meus rios e jardins

E agora, que faço sem elas em mim?

Esses tristes poemas, cantigas... Ou eram prantos?

Chegaram ao fim. Precisei matá-los. Perfurar o âmago da sua luz...

Da sua alegria, das suas carícias... Precisei fazer desses escritos, como uma mãe desnaturada que abandona um filho.

Como um pássaro sem ninho

Eu matei cada perfume do meu encontro com o amor. Sonhava que vivesse eternamente

Suplicava ao sentimento que gritava em mim, lembrando uma cascata, uma sonata...Uma serenata ao luar...

Uma trovoada, um canto de harpa, um sal, um doce que não dissesse adeus

Não vão meus desvarios

Não quero ficar assim...

Mas se foram sem o melhor de mim

Para sempre, termina logo. Descobri tarde demais

Sem tempo de matar a dor

Ha! Não lamente este meu pequeno desencanto

Apenas sorria...

É mais um conto.

Verônica Aroucha
Enviado por Verônica Aroucha em 29/08/2005
Código do texto: T45933
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