A ARTE
Estava o homem impaciente
Perdido em cuidados mil
Sua mente perturbada
As soluções procurava
Para ver se se afastava
De um momento tão hostil.
Com a alma desnorteada
Nem era só uma angústia
Pela perda da amada.
Era um desespero
Por muitas outras questões...
De problemas, um exagero!
Seu coração era um trapo
Sua mente um só farrapo.
Mas a andar sem nenhum rumo
Enquanto a aclarar se propunha
Viu num cantinho da rua
Um artista que seus quadros expunha.
Ali parou e ficou a olhar.
De pintura ele nada entendia
Luz e sombra, avaliar não sabia
Nem profundidade ou movimento que
A pintura demonstrando ia.
Só admirar o conjunto ele poderia.
Totalmente absorto e alheio ao seu entorno
Dentro daquela tela o homem se sentia todo.
Via a brisa a beijar os campos de trigo
Na obra de arte, um esplêndido sol havia
A espantar a bruma que muito além se via.
Chegava quase a ouvir as colhedoras
Cantando com seus feixes nos braços.
Tão perfeitos eram do artista os traços.
Enquanto ali esteve
Tudo em si se acalmou
E em saídas até pensou.
É que Os Caminhos Divinos
Nos Livram dos desatinos
E a Arte, com seu encanto
De Deus traz em si um tanto.!....