A ARTE

Estava o homem impaciente

Perdido em cuidados mil

Sua mente perturbada

As soluções procurava

Para ver se se afastava

De um momento tão hostil.

Com a alma desnorteada

Nem era só uma angústia

Pela perda da amada.

Era um desespero

Por muitas outras questões...

De problemas, um exagero!

Seu coração era um trapo

Sua mente um só farrapo.

Mas a andar sem nenhum rumo

Enquanto a aclarar se propunha

Viu num cantinho da rua

Um artista que seus quadros expunha.

Ali parou e ficou a olhar.

De pintura ele nada entendia

Luz e sombra, avaliar não sabia

Nem profundidade ou movimento que

A pintura demonstrando ia.

Só admirar o conjunto ele poderia.

Totalmente absorto e alheio ao seu entorno

Dentro daquela tela o homem se sentia todo.

Via a brisa a beijar os campos de trigo

Na obra de arte, um esplêndido sol havia

A espantar a bruma que muito além se via.

Chegava quase a ouvir as colhedoras

Cantando com seus feixes nos braços.

Tão perfeitos eram do artista os traços.

Enquanto ali esteve

Tudo em si se acalmou

E em saídas até pensou.

É que Os Caminhos Divinos

Nos Livram dos desatinos

E a Arte, com seu encanto

De Deus traz em si um tanto.!....

Esther Lessa
Enviado por Esther Lessa em 26/11/2013
Reeditado em 26/11/2013
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