Vislumbre de eternidade
quando nos diluímos numa brisa suave
com forma e contornos já difusos
ou nos deixamos arrastar por um vento fustigador
sem peso, sem densidade
quando nos fundimos numa luz quente
e nos deixamos ir…ir...
sem corpo
sem tempo
sem vontades
vislumbramos a eternidade
somos pertença de algo original
maior, mágico
que nos chama e envolve
abraça e esmaga
pela força imensa que tudo reduz
à sua devida condição
que nos faz regressar ao nada
experimentando o todo
e dessa plenitude que nos alimenta
vamos levando as nossas vidas
nas agrilhoas duma existência
que se há-de mais cedo ou tarde clarificar
Nas suas razões de ser.