Ambos deixamos,
 
o orgulho descansando de lado,
 
demos uma trégua para intrigas.
 
Como um descansar à beira do parágrafo,
 
afinal amanhã seria “o dia do fim do mundo."

Fizemos acusações sem sentido,
 
ele me recriminou por ter ido embora, 
 
eu por ele ter de mim fugido.

Falamos das saudades, 
 
dos desejos contidos,
 
do tempo perdido com conjecturas,

das hipóteses de como seria morrermos abraçados.

Corações bateram fortes,
 
corpos ficaram umedecidos.

A linha do telefone transmitia os nossos gemidos,

Aos poucos prelúdio de desejos,
 
êxtase em desatino.
 
A madrugada se fez nossa cúmplice em desalinho.

Acaso se o mundo não acabasse,
 
e tivéssemos nova chance, assumiríamos? 

Confessamos, 
 
dormimos juntos cada qual em sua cidade.

Noutro dia,
 
voltamos para nosso cotidiano.
 

O sol brilhava intensamente no umbral de sua aliança.

Somente o meu mundo tinha realmente acabado.


Railda
Enviado por Railda em 16/11/2013
Reeditado em 24/01/2016
Código do texto: T4573144
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