BARCO À DERIVA
Em meio à imensa tempestade
ventos uivantes!
Chicotes de raios estalando.
Estrondam os trovões raivosos.
As águas dançam alucinadas.
E o barco sobe alto, muito alto.
Balanço pendular de lá para cá.
Rodopia nos redemoinhos das ondas gigantes.
Vento frio congela os tripulantes.
Ouve-se o tremor e bater de mandíbulas,
medo, frio...muito frio.
A água escorre nos corpos congelados e molha a embarcação.
Os braços da água causam pânico
parecem querer esmagá-los.
Vento, trovões e raios começam a recuar,
aos poucos, vão distanciando.
A música orquestral do mar suaviza.
As águas amenizam e voltam a bailar lentamente...
O barquinho, que antes não tinha direção,
desliza devagar, bem devagar...
Os tripulantes trêmulos não acreditam.
Resistiram à tempestade!
Eles e o barco.
Sem rumo derivam a mar aberto.
O medo que os domina é o silêncio.
A imensidão de água azul,
é o infinito desconhecido, inalcançável.
O nada é tudo no momento.