Quem sou eu?
Quem sou eu? Pergunto a medo,
A resposta busco em vão.
Talvez seja um arremedo
De minha própria criação.
Quem eu quero ser: um misto
De ternura valentia;
Dessa meta não desisto,
Sei que a alcançarei um dia.
Como me vê cada amigo:
Sou um grande homem.
Quanto a outros eu nem ligo,
Cada um veja o que quer.
O futuro está bem perto:
Uma velhice inocente.
Aliás, isso é, decerto,
Um pedaço do presente.
Estranho é meu sentimento,
Se reflito pra valer:
Misturo no pensamento
Quem sou e quem quero ser...
Quem sou eu? Pergunto a medo,
A resposta busco em vão.
Talvez seja um arremedo
De minha própria criação.