As poesias perdem forças,
não querem mais falar de nós.
Fazem greve,
piquete,
rebelião,
motim.
Estão em abstinência.
Mas murmuram seu nome,
acalentando-me,
dizendo que dor
maior eu teria caso não tivesse,
provado do âmago da paixão.
O que fazer agora,
com os outros livros
que não serão escritos?
Apertados no canto,
a espera de que alguém,
venha soprar a poeira
e passe as costas das mãos
no mármore para decifrar a epígrafe.
Por mim jamais serão lançados,
aqueles tomos tolos de poesias.
Emudece aprendiz de poeta.
Fecharei de novo a Caixa de Pandora.