As poesias perdem forças,
 
não querem mais falar de nós.
 
Fazem greve, 
 
piquete,
 
 
rebelião,
 
motim.
 
 
Estão em abstinência.
 
Mas murmuram seu nome,
 
acalentando-me, 
 
 
dizendo que dor
 
maior eu teria caso não tivesse,
 
provado do âmago da paixão.
 
O que fazer agora,
 
com os outros livros 
 
 
que não serão escritos?
 
Apertados no canto,
 
a espera de que alguém,
 
 
venha soprar a poeira
 
e passe as costas das mãos 
 
no mármore para decifrar a epígrafe.
 
Por mim jamais serão lançados,
 
aqueles tomos tolos de poesias.
 
Emudece aprendiz de poeta.
 
Fecharei de novo a Caixa de Pandora.


 
Railda
Enviado por Railda em 12/11/2013
Reeditado em 24/01/2016
Código do texto: T4568308
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