No momento fecundo do ósculo do sol e a terra,

Eis que por vago momento,  aprendiz de poeta 
 
recupera a razão e percebe que foi tudo em vão.

Percebe o relacionamento em uma única mão,

onde só houve o outono e o inverno, 
 
sem o

desabrochar no limiar de outra estação.

Então a anônima desperta da ilusão,

passa a ser rosto comum na cega multidão.

Assiste a fécula do amor empobrecido,
 pairar
incrustado nas pedras, 

Então o inexorável acontece: 
 
Enquanto se fecha Caixa de Pandora 
 
 jogam-se pedras

em formato de coração na escuridão eterna.

Não há último olhar, nem flores, nem lágrima.

Sem vestígios de beijos, sem remorsos, 

fecha-se assim em definitivo a caixa de desejos.

Termina a trilogia, o sofrimento e a mágoa.

Jamais Pandora será içada por outra aprendiz

de amante, ou de uma Poeta desavisado.

Lá no fundo do buraco negro viu-se apenas

um  par de olhos verdes chorando saudades.

Ninguém falou ou tentou nada, 
 
nem vestígios

sequer haviam do nome e sobrenome do amado,
 
  nas cartas soterradas de Evita.



 

 

 
 
Railda
Enviado por Railda em 12/11/2013
Reeditado em 24/01/2016
Código do texto: T4568216
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