No momento fecundo do ósculo do sol e a terra,
Eis que por vago momento, aprendiz de poeta
recupera a razão e percebe que foi tudo em vão.
Percebe o relacionamento em uma única mão,
onde só houve o outono e o inverno,
sem o
desabrochar no limiar de outra estação.
Então a anônima desperta da ilusão,
passa a ser rosto comum na cega multidão.
Assiste a fécula do amor empobrecido,
pairar
incrustado nas pedras,
incrustado nas pedras,
Então o inexorável acontece:
Enquanto se fecha Caixa de Pandora
jogam-se pedras
em formato de coração na escuridão eterna.
Não há último olhar, nem flores, nem lágrima.
Sem vestígios de beijos, sem remorsos,
fecha-se assim em definitivo a caixa de desejos.
Termina a trilogia, o sofrimento e a mágoa.
Jamais Pandora será içada por outra aprendiz
de amante, ou de uma Poeta desavisado.
Lá no fundo do buraco negro viu-se apenas
um par de olhos verdes chorando saudades.
Ninguém falou ou tentou nada,
nem vestígios
sequer haviam do nome e sobrenome do amado,
nas cartas soterradas de Evita.