Num segundo apenas.

Morre um ser errante,

morre também um cérebro amante da boemia e da poesia.

Falece nesse ínfimo instante

toda a dicotomia do ser

que sustentava a fama ultrajante,

enquanto em algum lugar distante

um outro rastejante,

ainda desejava,

mas que ainda,

ele apenas sonhava,

com uma alegria infinda,

mas depois acordava,

e nada encontrava para comer.

Não importa,

nessa hora torta, somos todos iguais em essência.

Acredito, que quando morta,

cada alma passa pela porta da sua próxima existência,

e, adiante de si,

há salvação ou a doença,

de acordo com o que comporta sua crença.

Só não morra tranquilo, tipo, quase a cochilar,

que eu me permito, redundante, opinar.

Se alguém, em sua hora tardia ousar relaxar,

chamarei de heresia de quem viveu e não se arrependeu,

nada teve a subtrair,

mas me questionarei se em seu fadigante ir e vir,

pôs-se radiante,

contra as regras do jogo, afim de parar de jogar,

assumir e somar.

Então quando para o tempo....

um cataclismo de minutos, horas e segundos

misturados, dilacerados, se convergem em um só pensamento.

Será feita de quantos lados a verdade da existência,

será não mais que sobrevivência?

ou será, a experiência, em todas as formas e dimensões?

O transmutar do ser, desses,

para então em outros grilhões renascer

e continuar ao transcorrer de seu caminhar,

a sentir e se emocionar.

Raphael Moura
Enviado por Raphael Moura em 11/11/2013
Reeditado em 12/11/2013
Código do texto: T4565499
Classificação de conteúdo: seguro