Sonho de valsa
Escrevo na intimidade da alma,
A busca de um eu profundo,
Profético, abundante.
Procuro e reviro os escombros,
Entre o ide e o ego,
Encerrado em um espelho trincado de lástimas;
Procurando ensimesmar-se,
No mais recondito encefalograma do ser,
Disparando a autocrítica,
Descarregando as navalhas,
Rebobinando as fitas;
O labor da regogitofagía mostra o que foi engolido,
Precisando ser polido como um belo diamante,
Segue a vida, segue à diante,
E os olhos vermelhos,
Cansados do espelho vêm a luz da ponta da alma,
No reencontrar da calma,
No degladiar da pulsão,
Ser humano, histórico, flamejante,
Vulcão.
Aquilo que se espalha é cinza falha,
Que o vento sopra e leva para longe,
E o que fica? Rita...Lee ou livre,
A arethê dos declives,
O jardim dos amores;
Os tendões viram tenores e a orquestra descansa,
Dança, menina. Dança;
Escreve as tuas dores.