Amor, uma definição.

Estar presente mesmo ausente é exemplo de companheiro. Apoiar na dor e alegria é ter um agir solidário. Incentivar projetos do outro é ceder gesto atencioso. Abrir janelas invisíveis é abraçar a confiança. Companheiro, solidário, atencioso e crédulo, é ser verdadeiro amigo; que é o mosaico do amor.
Sentir, ao toque pele, um imã é revelação de simpatia. Ver que se  entrega energia é investimento no outro. Perceber que a luz dos olhos irradia é  presença do desejo. Mobilizar calor no corpo é a disponibilidade. Simpatia, disponibilidade, Investimento e desejo é a incontestável paixão; que é o combustível do amor.
Nós queremos o zelo e o desejo do outro, no entanto, ora, abraçamos, intensamente, a amizade e reprimimos a paixão, que se esvai, cotidianamente. Ora, abraçamos imensamente a encalorada paixão, mas, cegos, continuamente, descolorimos a amizade.
Na presença da paixão, como hipnotizados, deixamos que o desejo enuble nossas expectativas, e muitas vezes inventamos o outro, inconscientemente. Mas, de repente, como se acordássemos de um sonho, e o real não nos poupa, a demanda por amizade começa a surgir, e os propósitos se desvelam.
Então, partimos em busca deste pilar, mas ainda desiludidos, quase sem compreender a frustração com o outro, melancólicos pela perda do paraíso criado. Caminhamos cambaleantes, e nossas palavras muitas vezes não soam doces como antes, quando tudo era perfeito. E nessa busca, paradoxalmente, nos esquecemos do fogo, que vai se esvaindo, incessantemente.
Entretanto, quando o que imaginamos do outro, não se distancia muito do que realmente é, torna-se mais simples o contorno, o ajuste é menos sofrido, cedemos o suportável, e conseguimos manter a chama.
Por tudo isso, o amor se desnuda, é resignação dos excessos, equilíbrio na balança, laços de paixão e amizade!
Maria Amélia Thomaz
Enviado por Maria Amélia Thomaz em 08/11/2013
Reeditado em 10/11/2013
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