DEVANEIOS SOMBRIOS





O silêncio fúnebre delineava o vasto e espinhoso caminho,
meu corpo estremecia a cada avanço no regaço da escuridão que me cegava os olhos; 
o vento frio e aterrador cantava lamúrias em meus ouvidos,
e até mesmo a lua fora seduzida por nuvens negras, de modo que
restou-me apenas a chama que tu deixastes acesa em meu peito há me guiar.




A névoa dotada de um perfume envolvente, abarcava de forma traiçoeira...
Encobria todos os seus rastros, tentava em vão ludibriar-me
quando cruzei o plúmbeo portal.
O esbravejar do anjo da morte ecoou, calando os murmúrios do destino,
quando dei por mim escorregava na contramão da via torta e te encontrei ali caído, encolhido nas garras
sombrias da caverna de ilusões... Tão alvo, tão lívido, sem esboçar um único sorriso,  externava a felicidade que pude compartilhar sorvendo tua quietude.



Isolei-me de um mundo cruel que me dilacerava as vísceras, com profundas dores e feridas, a fim de corroer-me os ossos e aprisionar minha mente.
Pela primeira vez em toda vida, me senti em paz e acolhida,
fenecendo ao teu lado em meio a todos os destroços.















 
Christinny Olivier
Enviado por Christinny Olivier em 06/11/2013
Código do texto: T4559600
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